Apenas 6% dos usuários brasileiros de internet possuem uma velocidade de conexão acima de 8 Mbps, segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto Nielsen nesta semana, cuja análise se voltou para nove países.
Para efeito de comparação, essa velocidade é encontrada em 38% dos pontos de acesso na Suíça, 29% dos locais de internet nos Estados Unidos e em 27% dos computadores alemães com acesso à web.
O país que mais se aproxima do Brasil nesta categoria é a Itália: somente 7% dos pontos de acesso à internet mantêm a conexão ultrarrápida.
Espanha e França têm 14% dos computadores com conexão superior aos 8 Mbps, enquanto Reino Unido e Austrália vêm com, respectivamente, 18% e 21% dos pontos com essa velocidade de acesso.
À exceção do Brasil, dentre os países pesquisados, todos mantêm a maioria dos usuários na categoria de velocidade "rápida" (cuja medição varia entre 2 Mbps e 8 Mbps).
No caso específico dos brasileiros, a maioria dos computadores com internet (ou 48% da população) tem acesso àquela velocidade classificada como média, ou seja, entre 512 Kbps e 2 Mbps. A velocidade considerada lenta também abarca uma considerável fatia de computadores com acesso à internet no país: são 31% dos pontos.
Quanto à conexão rápida, o Brasil tem 15% dos computadores com acesso à internet com velocidades variando entre 2 Mbps e 8 Mbps.
"O Brasil tem oito vezes mais usuários com velocidades médias do que usuários com velocidades ultrarrápidas", disse a companhia, em comunicado.
ACESSOS
Segundo dados fornecidos pelo Ibope no mês passado, o número de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (domicílios, trabalho, escolas, LAN houses ou outros locais) no Brasil atingiu 73,9 milhões no quarto trimestre de 2010.
O total de usuários que moram em domicílios com acesso à internet cresceu 24% nesse período --já é de 52,8 milhões.
O Ibope informa ainda que das 56 milhões de pessoas que têm acesso à rede no trabalho ou em residências, 41,4 milhões foram usuárias ativas em fevereiro.
Entretanto, os números do Ibope não indicam a quantidade de pontos de computador no país.
Com o lançamento, em 2012, de um cabo submarino de telecomunicações, que fará escala na ilha espanhola de Tenerife e que ligará toda a costa oeste da África em 20 países, escolas e hospitais do continente terão banda larga e poderão se conectar com o mundo.
O presidente da divisão filantrópica da empresa americana Baharicom, Robert Henderson, anunciou o projeto na Conferência Internacional de Alianças Comerciais com a África, que começou nesta quarta-feira em Tenerife.
Henderson explicou que, com a liberalização das telecomunicações nesses países, a banda larga ficará mais barata e escolas e hospitais poderão compartilhar seus conhecimentos.
O executivo explicou que a União Africana tem um projeto de e-escolas, que consiste em conectar 600 mil colégios via internet.
O setor da saúde também se beneficiará do desenvolvimento das redes submarinas de fibra óptica, que pretendem fornecer conectividade interna e externa aos países africanos, acrescentou o presidente de África Coast to Europe Consortium (ACE), Lamin Camara.
A ideia, segundo Camara, é que haja interconexão entre as diferentes escolas e, inclusive, que os professores possam enviar seu curriculum de forma eletrônica e que os centros compartilhem conteúdos letivos.
Na sua opinião, a penetração terrestre dos cabos submarinos, através de repetidores implantados no território, "preencherão esta lacuna" e esta aspiração para, por exemplo, a construção de 3.000 novas escolas secundárias na Tanzânia.
De acordo com sua opinião, o objetivo dos cabos submarinos é proporcionar conectividade internacional, aumentar o serviço de banda larga e que este seja o motor do crescimento social, educacional e de negócios.
O cabo de fibra óptica da ACE passará por França, Portugal, Espanha, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné Equatorial, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Benin, Nigéria, Camarões, Gabão, Congo, Angola, a Namíbia e África do Sul.
Tenerife será o ponto do território espanhol no qual a nova infraestrutura de telecomunicações fará escala, que terá uma longitude total de 18 mil quilômetros.
O projeto, que custou US$ 700 milhões, permitirá que a África se conecte ao mundo de forma mais barata, já que dá passo à livre concorrência de operadores, acrescentou.
À Conferência Internacional de Alianças Comerciais com a África, que começou nesta quarta-feira em Tenerife, reúne 300 empresas americanas, africanas e espanholas.
O Brasil ficou na 2ª posição entre o BRIC (acrônimo para o país mais Rússia, Índia e China) em uma lista que mensura os esforços para ampliar o uso de tecnologias digitais como a internet e celulares entre seus habitantes, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira.
O Digital Inclusion Index, compilado pela Maplecroft, uma empresa de análise de riscos, classifica a Índia, a pior colocada com 34 pontos, na categoria "risco extremo", o que significa que sua população e economia estão sendo sufocadas pela falta de inclusão digital.
A Maplecroft utiliza dez indicadores para determinar o nível de acesso a tecnologias de informação e comunicação em 186 países, entre os quais usuários de telefonia móvel e banda larga, linhas fixas de telefonia e domicílios com computadores e televisores.
A Rússia teve 134 pontos. Já a China conseguiu 103.
Como os demais países BRIC, os indianos são favoráveis ao uso de tecnologias modernas e existe vigorosa demanda, especialmente por celulares, mas boa parte dela vem dos segmentos mais prósperos da população, que habitam áreas urbanas.
A Índia tinha 771 milhões de usuários de telefonia móvel em janeiro, e com novas adições de 19 milhões de usuários mensais, em média, no ano passado, seu mercado tem o maior crescimento do planeta.
Mas a disparidade entre áreas urbanas e rurais significa que o avanço dos serviços de terceira geração, que permitem acesso sem fio à internet, terá importância imensa para as áreas rurais, pois representa a forma mais provável de acesso para os moradores dessas regiões.
A Maplecroft afirmou que as principais barreiras a um avanço maior eram custo, baixo nível educacional e baixa conectividade em muitas áreas do país.
O relatório afirma que a tendência também existe nos demais países do Bric, mas em grau menor. A Holanda e a Dinamarca lideram o ranking, com 185 pontos; Luxemburgo tem 184, a Suécia, 183, e o Reino Unido, 182.
A Maplecroft afirmou que a China tem o maior total mundial de internautas, com 420 milhões, e deve se tornar o maior mercado mundial de comunicação e tecnologia da informação, mas alertou que a liberdade da Internet ainda é problema sério no país.
"Apesar dos esforços do governo chinês para expandir a conectividade de Internet em todo o país, por esta ajudar o crescimento econômico, a internet continua pesadamente controlada", afirma o estudo.
A África ao sul do Saara tem o pior desempenho em termos de disponibilidade de serviços digitais, segundo o relatório.
O Facebook, maior rede social do mundo, também quer ter influência no mercado de hardware.
A empresa fez uma parceria com algumas das maiores companhias mundiais de hardware --HP, Dell, AMD e Intel-- para lançar o "programa de computação aberta" nesta quinta-feira.
O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a meta do projeto é oferecer especificações e design para servidores mais eficientes, rápidos e baratos, que serão compartilhados abertamente com outras companhias.
A Dell irá comprar servidores baseados nessas especificações técnicas, enquanto a Synnex atuará como fornecedora de seus sistemas. A tecnologia irá operar os servidores do primeiro data center do Facebook, em Prineville, no Oregon.
O número de SMS (mensagens de texto no celular) trocadas por brasileiros está abaixo da média da América Latina. Até o lucro das empresas com internet móvel é maior do que com o envio de mensagens, segundo dados da consultoria Acision.
A repórter de Mercado da Folha Giuliana Vallone diz que o alto preço da mensagem é o responsável pelo baixo número.
"Segundo especialistas, como o preço da mensagem no Brasil é quase o mesmo cobrado pelo minuto de uma chamada de voz, as pessoas preferem fazer uma ligação a mandar um SMS", explica a jornalista.
Giuliana diz ainda que "é bem possível que essa diferença entre internet e SMS aumente por aqui", por conta do barateamento do acesso à internet pelo celular.