O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse hoje que o governo vai estender para telefones e televisores a política de conteúdo nacional aplicada aos tablets.
Para esse caso, fabricantes com 20% de conteúdo local, no primeiro ano, e 80% em três anos, têm isenção de 31% nos impostos federais.
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"Para ter incentivo fiscal, vai ter que ter conteúdo nacional", disse Mercadante, depois de encontro com industriais da Mobilização Empresarial pela Inovação, na CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O ministro afirmou que o Brasil tem hoje o sétimo mercado do mundo de tecnologia de informação, estimado em R$ 186 bilhões, assim como o terceiro em venda de computadores. Ele lamentou que o déficit da balança comercial nesse grupo de produtos seja de US$ 19 bilhões.
"Somos um grande mercado, com muitos produtos importados. Vamos aumentar a exigência de conteúdo nacional", reforçou.
Mercadante disse ainda que o governo vai fazer uma política agressiva para softwares de jogos, que, segundo ele, empregam mais de 500 mil brasileiros.
"É uma indústria muito promissora e nós precisamos fomentar essa atividade estimulando a produção de conteúdo local", disse.
O Parlamento japonês aprovou nesta sexta-feira (17) uma lei que criminaliza a criação e distribuição de vírus de computadores, apesar das vozes críticas que sustentam que a medida poderia violar o direito constitucional, que garante a privacidade nas comunicações.
A nova lei pune a criação ou distribuição de um vírus sem causa razoável com até três anos de prisão ou multas de ¥ 500 mil (quase R$ 10 mil). Além disso, a obtenção ou o armazenamento do vírus será penalizado com até dois anos de prisão ou multas de ¥ 300 mil (quase R$ 6.000), informa a agência de notícias local Kyodo.
Um dos aspectos mais polêmicos da norma é que ela permite copiar ou apreender informações de servidores de internet que estejam conectados a computadores que tenham sido expropriados no curso de uma investigação.
A medida também permite às autoridades solicitar aos provedores de serviços de internet que conservem dados de comunicações, tais como nomes de remetentes e destinatários de e-mails, por um prazo de até 60 dias.
As autoridades japonesas tiveram problemas para investigar ataques cibernéticos contra escritórios do governo, corporações e indivíduos diante da ausência de uma lei nacional especificamente traçada para punir a criação de vírus e outros atos que danifiquem redes informáticas.
Com a aprovação da lei, o governo japonês tem a intenção de assinar definitivamente a Convenção sobre o Cibercrime --que, apesar de aprovada pelo Parlamento em 2004, não foi oficialmente ratificada devido à ausência de normas de âmbito local nesse assunto.
A Convenção sobre o Cibercrime, assinada em 2004 por 31 países, exige a criminalização do acesso não autorizado a sistemas informáticos, do armazenamento de pornografia infantil e da violação de direitos autorais de propriedade intelectual.
Cerca de 15 bilhões de equipamentos --de computadores a geladeiras-- estarão conectados à internet até 2015, num movimento de expansão da conectividade que desafia a infraestrutura mundial da indústria de tecnologia.
Os números foram apresentados por Krig Skaugen, vice-presidente da Intel, ontem em Las Vegas, durante evento promovido pela HP para debater inovações em tecnologia e apresentar produtos ao mercado corporativo.
Segundo Skaugen, o volume é ainda mais surpreendente quando se observa o potencial de conectividade da "internet das coisas" ao longo dos próximos anos. Até 2020, o número será de 50 bilhões de máquinas, que terão seu próprio número IP e serão capazes de se conectar com outros equipamentos e interagir com pessoas, no movimento da real automação residencial e corporativa.
"A indústria ainda não está preparada para suportar esse crescimento. Na última década o mundo tinha 40 milhões de servidores e achava que a conexão estava garantida, mas não estamos nem perto de ter infraestrutura básica para suportar o que virá", disse o executivo.
Os gargalos, segundo Skaugen, passam por capacidade de servidores, capazes de processar o tráfego de internet gerado pelos novos aparelhos e também pelo consumo de energia que eles vão demandar.
Nos últimos dois anos, o tráfego de dados da internet cresceu exponencialmente. Em 2010, foram trafegados 245 exabytes de dados na internet (o equivalente a cerca de 65 milhões de DVDs), mais do que o volume circulado em toda a história da rede.
Ao mesmo tempo, crescem os custos para ampliar a infraestrutura de armazenamento. Os US$ 58 mil que eram a média de gastos com capacidade de servidor em 2000 passaram para US$ 138 mil no ano passado.
"Para abastecer todos os novos servidores e suportar a estrutura que existirá em 2015 seriam necessárias pelo menos 45 novas plantas de geração de energia a carvão", afirmou o executivo.
Ainda de acordo com Skaugen, atualmente 2% dos servidores do mundo já correspondem a US$ 15 bilhões gastos por ano só com energia.
NUVEM
Diante dos números, os desafios atuais dos fabricantes de equipamentos --de servidores a computadores-- estão em criar produtos mais eficientes em consumo de energia e aproveitar novas tecnologias, como a de computação em nuvem, para responder à necessidade de conexão dos novos dispositivos.
"A computação em nuvem é um dos elementos que podem transformar a economia e que podem contribuir para conectar a próxima onda de cerca de 1 bilhão de pessoas à internet", disse.
Para a indústria de tecnologia, os sistemas e serviços de computação em nuvem representam um filão importante de recursos.
Estima-se que o modelo --que prevê o processamento central de aplicações e software em servidores espalhados pelo mundo, em vez da instalação em máquinas específicas-- movimentará cerca de US$ 40 bilhões neste ano, com potencial para atingir US$ 121 bilhão em quatro anos.
A jornalista CAMILA FUSCO viajou a convite da HP Brasil
Um garoto inglês fez um trabalho escolar para resolver um problema comum: saber quem está tocando a campainha de sua casa mesmo que a pessoa esteja fora. Solução: a campainha aciona o celular (o detalhamento está no www.catracalivre.com.br). A invenção ganhou vida, o produto vai ser comercializado em setembro próximo --e o garoto até o próximo ano, a julgar pelas encomendas, será um dos milionários mais novos do mundo.
Esse é um bom jeito de se encarar o futuro da educação. Há cada vez mais acesso a informação fora da escola, que não consegue acompanhar o ritmo das descobertas. A maioria dos professores se sente intimidada com o ritmo do conhecimento, distanciando-se dos seus alunos.
Além disso, as novas gerações aprendem coisas na base da tentativa e erro. Uma experiência na Índia (também detalhada no Catraca Livre) mostra bem isso: deixaram o computador livre numa área da escola, sem nenhum professor ou tutor. Logo se viu como os meninos e meninas aprendiam sozinhas.
Vejo aqui em Harvard, uma usina de quase adolescentes que viram milionários com seus projetos (pessoal do Facebook, por exemplo). Muita gente nem espera acabar o curso porque já está criando uma empresa. Dois exemplos: Bill Gates e Steve Jobs.
Saber como responder a essa velocidade é um dos maiores desafios da educação. A resposta para mim passa pelo seguinte: a escola é parte da resposta. O essencial é que o jovem viva numa comunidade de aprendizagem em que possa experimentar e aprender em diferentes lugares.
Portanto, um dos mais importantes papéis da escola, além de ajudar o estudante a se guiar pelas possibilidades de aprendizagem nos mais diferentes lugares (a começar dos virtuais) é desenvolver o prazer do empreendedorismo.
Ao lado dos tablets desde o lançamento do iPad, jornais e revistas ainda não tiveram o sucesso que imaginavam nessa plataforma. Agora, as publicações apostam nas assinaturas para mudar isso.
O modelo ganhou importância em janeiro deste ano, quando a Audit Bureau of Circulations, instituição que faz auditoria em jornais e revistas dos EUA, constatou uma forte queda nas vendas de exemplares avulsos no país no final do ano passado.
Passada a empolgação causada pela nova plataforma, os leitores perceberam os problemas das publicações para tablets: arquivos grandes demais, qualidade duvidosa dos formatos escolhidos e preço idêntico ao cobrado pelas edições físicas. As publicações digitais ainda não tinham atrativos para substituir os exemplares físicos.
A empolgação e a esperança com as assinaturas é refletida na adoção do modelo por alguns dos gigantes da indústria americana. No começo do mês, Condé Nast e Hearst anunciaram que vão oferecer assinaturas para iPad.
Já a Time Inc., responsável pela "Time", anunciou que os assinantes de exemplares físicos também podem acessar a versão para iPad.
No modelo de assinaturas adotado pela Condé Nast, cada edição de suas revistas custará cerca de US$ 2. O preço da "New Yorker" na banca é de US$ 4,99.
MAIS BARATO
Embora algumas publicações brasileiras importantes tenham aparecido somente neste ano no iPad, parte delas já se aventura na plataforma desde o ano passado, oferecendo até assinaturas.
Mas, no Brasil, não há queda sensível dos preços nessa modalidade de venda. À Folha, Roberto Muylaert, presidente da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), disse que cortes profundos no valor das assinaturas é um fenômeno americano que já ocorria nas publicações impressas e que está sendo levado aos tablets.
E quem pode entrar no mercado de assinaturas de revistas no país são as livrarias. Procuradas pela reportagem, as livrarias Saraiva e Cultura dizem estar planejando oferecer o serviço.
"Um modelo parecido com o do Zinio (banca digital com mais de mil títulos digitais do mundo todo) é o que faz mais sentido para a gente", afirmou Marcílio DAmico Pousada, diretor presidente da Livraria Saraiva.
No Zinio, os descontos com as assinaturas podem chegar a 40%.